Olá queridos!
Estive um pouco afastada do blog pq passei por um período sendo cidadã. O que quero dizer com isso? Andei ocupada organizando a minha vida. Mudei-me para a casa que alugamos, me inscrevi num curso de inglês, tive que fazer a prova de nível no curso, tive que pedir a bolsa para o governo pagar o curso (quem é imigrante tem essa vantagem no Canadá), fui fazer o meu SIN card (Social Insurance Number - todo cidadão e imigrante canadense deve ter), enfim, tive que cumprir algumas exigêncas para poder me fazer existir! E tudo o que descrevi, tirou-me do objetivo que é poder estar publicando aqui, mais seguidamente.
Mas hoje quero contar-lhes algo que aconteceu e que fez eu refletir sobre meu novo momento de vida: ser imigrante numa terra distante da minha.
Domingo, meu marido e eu fomos a Gruose Mountain (uma montanha que tem aqui e é onde os esquiadores geralmente vão - aí vai o link: http://www.grousemountain.com/Winter/ ) e lá conhecemos um brasileiro. Ficamos conversando com ele e num determinado momento, ele disse-nos que mora numa cidade do Brasil, que não é a cidade dele e contou-nos que não se sente pertencente aquela cidade.
Depois do que ele disse, fiquei pensando justamente nisso: sentimento de pertença! Fiquei me questionando se me sinto pertencente ao lugar que estou hoje e se me sentia pertencente a minha cidade natal. Foi aí que me dei conta que, desde a primeira vez que vim para Vancouver, que foi em 2003, me senti pertencente a esta cidade, que é extremamente encantadora, coisa que há muito não acontecia com relação a Porto Alegre, cidade onde nasci.
Lá tenho as minhas raízes, os meus familiares, amigos, meus ex pacientes que tornaram-se pessoas importantes na minha vida, mas hj entendo que não é lá a minha casa, o meu lar! Hj tenho o Canadá como a minha terra e é aqui que meu coração se enche de alegria ao pensar em estar!
Meu marido e eu cremos em Deus e cremos que Ele colocou o desejo nos nossos corações, de estarmos aqui. Cremos que exista um propoósito para isso. Qual? Não sabemos ainda! Estamos aqui pela fé que temos nEle. Fico feliz que Deus tenha nos dados raízes fortes e longas para nos levar a conhecermos novos horizontes e ainda podermos nos enraizar novamente no novo local! Creio que logo teremos nossas raízes fortalecidas aqui também, mas não queremos nos desligar do que ficou no Brasil, tudo o que tivemos lá, principlamente a família, foi o que nos deu o suporte para conseguirmos estar onde estamos!
Abaixo coloco duas fotinhos do por-do-sol de Vancouver... como não se encantar com essa cidade? Como não se sentir pertencente a ela???
Que Deus os abençoe!
Oi, Clarissa!
ResponderExcluirSei o que se passa com você. Sou um migrante, também. Olha, estou em POA há 30 anos...nem sou daqui e nem de lá! Quando resolvemos partir é porque já deveríamos ter ido. Tudo vai dar certo. Você e sua família são do mundo. Beijos do "profe."
Oi Profe! hehe... que bom receber um comentário teu! Mas o que me disseste, me assusta um pouco... não se sentir nem de lá e nem de cá? Como é não pertencer, mas estar apenas? Ui... é difenrente, me causa um certo medo, mas pode ser bom tb! Só vivendo para saber! Bjs e obrigada por passar aqui e por me seguir!
ResponderExcluirOi Clarissa! Saudades já... Já saí de PoA há muito tempo... Desde 2009 já não moro mais por lá e posso te dizer que hoje me sinto em casa em quatro cidades: Porto, Brasília, Paris e Bruxelas. Cada uma das mudanças me fez perder um pouco e ganhar muito. Eu achei engraçado por vc ter usado a palavra "pertencer", que é justamente a palavra q eu acho q melhor de adapta e esse processo-sentimento.
ResponderExcluirUm ano (mais ou menos) me levou para me descobrir em cada cidade. Ter os meus lugares preferidos, encontrar a padaria, o super, o cabelereiro, os restaurantes etc, me faz sentir "pertencente" ao lugar. E as amizades, graças a esses mecanismos virtuais mágicos, continuamos cultivando e colecionando vínculos especiais por onde passamos.
Depois de um ano eu me sinto em casa e feliz!
E te desejo um feliz Natal no teu novo lar!!
Beijos